segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O conceito da castração e o primeiro mandamento

Nossa! Tenho aulas de Psicanálise na faculdade com um professor excepcional! Ele nos ensinou sobre o complexo da castração junto com complexo de Édipo. Enquanto eu ia escrevendo o que ele dizia, eu fiquei maravilhada quando me dei conta do que escrevi (coisas que ele falou).
"A partir da castração temo uma ferida. não se está mais completo como antes, quando a mãe e o bebê se completavam. A criança precisa se constituir como indivíduo e para isso não pode permanecer nessa relação "simbiótica". No momento que há o corte (separação psíquica), a mãe e o filho não mais se sentirão completos, tornando-se seres de desejo. A partir daí as pessoas procuram isso (a completude) em outras coisas. Muitos procuram Deus, outros procuram algum amor e outros permanecem querendo viver assim pra sempre com as suas mães. Buscam essas coisas para tapar a ferida narcísica que foi aberta. Por isso quando uma pessoa que perde o que a completava sofre tanto. É outra castração. Ela terá que procurar outra coisa que a complete. Se não houver uma castração, essas duas figuras continuarão unificadas, fundidas”.
Em outro momento ele fala que todos os dias estamos sujeitos à castração.
E todos sabem que para uma criança, a pessoa que exerce a FUNÇÃO materna (exercer a função materna não que dizer que seja a mãe) é a mais próxima da criança até que ela atinja uma idade, que seria o fim do complexo da castração ou Édipo (eu não vou explicar o que é o complexo de Édipo).

Isso tudo me lembrou imediatamente do primeiro mandamento e do que li no livro do Loron Wade.
Lá, o Loron traz um novo olhar ao primeiro mandamento (novo olhar pra mim, que até então não tinha visto o real sentido desse mandamento). Deus não pede pra ser adorado não porque Ele ame ser adorado, mas porque não somos seres completos em nós mesmos. Precisamos sempre de algo que nos complete, porque somos seres de desejo: desejo de sermos completos. E se esse algo a que nos agarramos pra nos sentirmos completos for levado de nós, a nossa dor pela castração será imensa.

Ah! e eu ia até esquecendo. Sair do mundo das psicoses (condição psíquica patológica) implica em aceitar a castração. Se não aceitá-la, a pessoa poderá não adentrar o mundo das neuroses (condição de pessoas "normais"). Então, castrações são algo perigoso. Se o que amamos for tirado de nós, há um risco de cair em alguma psicose (depressão, por exemplo).

E Deus nos chama para que nos acheguemos a Ele. Ao depositarmos nosso desejo de ser completos nEle, não há riscos de que haja uma nova castração nessa esfera da completude em algo maior (chamo de algo maior o que temos como centro de nossa vida. Castrações podem ocorrer em esferas de coisas de menor importância, como não passar no vestibular, ou algo parecido. claro que existirão classificações diferentes do que é mais importante na vida).

O fato é que Deus não morre, Deus não mente, Deus não trai. Essa simbiose que existia com a mãe, se dará com o Pai que nos ama. E não deve haver complexo de castração na relação com o Pai Celeste, mas a relação deve ficar cada vez mais íntima. Até que o querer do Pai esteja em nós e aí sejamos a imagem dEle. Um só ser, como antes era com a mãe. Estando nEle como ramos que dão frutos, até que Ele venha nos levar pra casa, onde deixaremos de ser seres de desejo e necessidades para sermos seres completos.


Importando do blog olhando pro alto

Qual o porquê?

Estou me deparando com aspectos da minha vida que nunca pensei que tivessem uma explicação objetiva. Um mundo novo foi apresentado a mim através de teorias (que podem não ser verdadeiras, mas que se encaixam perfeitamente em meus aspectos psicológicos) e certezas comprovadas cientificamente.
Estou deslumbrada e enquanto os professores vão ensinando essas coisas que não pensava ter uma explicação, fico fazendo paralelos com aquilo que aprendi desde criança quando ia à igreja, quando lia a Bíblia ou quando orava com meus pais.
Tudo isso tem sido mágico.
É claro que não aceito tudo o que me dizem, pois, como disse Paulo, "examine tudo e retenha o que é bom" (1Ts 5:21).
O objetivo desse blog é, além de fixar o que venho aprendendo, trazer um olhar mais psicológico para alguns aspectos teológicos. Tem gente que acha que não tem nada em comum, mas há tanto em comum que tenho estado eufórica.